segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Ninguém pode fazer você se sentir inferior sem o seu consentimento!

por Wanda Ribeiro

Muitas vezes pensamos que o mundo não nos trata do modo como somos merecedores e vivemos culpando ou criticando as pessoas. Ficamos ansiosos e deprimidos com freqüência; reprimimos os próprios sentimentos; sentimo-nos ofendidos quando contrariados. Culpamos nossos pais, irmãos, a sociedade, o governo, os amigos, os parentes e os associados por nossas falhas e desilusões. Tudo isso é sinal de uma baixa auto-estima.

No entanto, a verdade é que o modo pelo qual o mundo nos trata é um reflexo de como nos tratamos a nós mesmos. No momento em que você passar a gostar de você, o mundo reagirá e lhe compensará pela sua existência. Uma auto-estima saudável é a pedra fundamental do sucesso e a satisfação de viver. Infelizmente, devido à programação negativa recebida durante a infância, a maioria das pessoas tem sua auto-estima prejudicada.

Muitas vezes, uma auto-estima equilibrada é o que lhe encoraja e deixa mais atento às oportunidades; além disso, faz com que veja os problemas como forma de aprendizado, dando-lhe mais condições para lidar com as dificuldades da vida. É essencial lembrarmo-nos de que sempre é possível alterar ou transformar nosso “estilo de vida”. Para tanto, não duvidemos de nossas aptidões e vocações naturais, nem questionemos sistematicamente nossas forças interiores. Para obtermos autoconfiança, somente é preciso reivindicarmos, valorosamente, o que já existe em nós por direito divino.

Considero que, para a maioria dos casos, trabalhar a auto-estima não seja algo tão complicado quanto possa parecer. Entretanto, a maioria das pessoas ignora pequenos passos que podem ser dados para a construção ou para o resgate dessa auto-estima.

Saia desse poço sem fim... Preso em seus conceitos, em seus medos, cada vez mais fundo. Ouse deixar seu medo de lado, tente ser você mesmo, determine uma mudança, tenha firmeza no seu olhar, nas suas atitudes, tenha respeito por você mesmo. Somente optando pelo auto-respeito é que conseguiremos o respeito alheio. Encontraremos nos outros a mesma dignidade que damos a nós mesmos.

Enquanto uma atitude não tomar, enquanto com a cabeça do outro você pensar, tudo vai ficar sempre confuso em sua mente. Tudo fica sem rumo. Experimente uma reação, experimente uma ação, solte seu passado, solte as pessoas, solte os pensamentos negativos, quebre a resistência. Para que se torturar tanto? Para que continuar se machucando?

Procure as causas profundas das coisas que lhe ferem e das que lhe dão prazer. Normalmente paramos no nível das sensações: "Isso me dá prazer e ponto. Isso me machuca e ponto." O mais importante é sabermos porque causa prazer e porque fere. O prazer não é sempre bom nem o ferimento sempre ruim. Depende para onde eles nos conduzem. Algo que nos machuca profundamente pode ser a chave de compartimentos desconhecidos, mas vitais na nossa morada psicológica/espiritual. Quando compreendemos as causas de nossas dores emocionais, freqüentemente elas desaparecem. São como os sonhos repetitivos que só deixam de acontecer depois que os interpretamos corretamente.

Cultive a busca da sabedoria através da leitura de autores relevantes de diversas áreas do conhecimento. Desenvolva uma forma plural de olhar a vida, busque novas dimensões, novas abordagens. Procure conhecer pessoas com qualidades morais e intelectuais e aproveite sua saudável companhia. Faça o mesmo com pessoas mais simples e menos experientes que você e, perceba, ainda assim, o quanto elas têm a lhe ensinar.

Deixo aqui algumas dicas que podem ajudar a melhorar a sua auto-estima:

l. Pense e seja feliz. Se plantarmos pensamentos como “sou feliz," surgirá a felicidade. Por isso, quem deseja ser realmente feliz, mesmo que a sua situação atual ainda não seja muito boa, mesmo assim, deve pensar e falar várias vezes, todos os dias: "Já sou muito feliz"; assim, com certeza, vai conquistar uma vida verdadeiramente feliz e saudável.

2. Serenidade mental. A felicidade vem da paz espiritual. Se expressarmos satisfação e gratidão pelas coisas que temos recebido até agora, isso vai nos trazer bem-estar espiritual. O importante é descobrir a felicidade na nossa vida cotidiana, seja ela como for.

3. Alegrar-se pela felicidade do próximo. Mesmo ainda não possuindo os bens materiais desejados, demonstrar alegria diante dos bens e do conforto material do outro, apreciando sem demonstrar nenhum tipo de constrangimento e inveja.

4. Praticar atos de bondade. Todos os dias praticar pelo menos um ato de bondade, seja na forma de uma palavra de conforto moral ou espiritual, que possa refletir sua solidariedade para aliviar a dor dos que sofrem.

5. Perdoar sempre. Na medida em que você conseguir perdoar, eliminará o ódio e o rancor existentes em você; assim, ficará mais leve e terá paz interior para avançar rumo ao sucesso.

6. Evitar falar mal dos outros. Quem deseja ser feliz e ter uma boa saúde, deve enaltecer as qualidades das pessoas e minimizar os seus prováveis defeitos, criando uma atmosfera favorável para si e o grupo a que pertence.

7. Valorizar os bons pensamentos. Uma pessoa espiritualizada sempre está atenta a ter pensamentos e atitudes saudáveis. Isso faz com que naturalmente possa atrair acontecimentos bons.

8. Antes de dormir, avalie o seu dia e evite ficar remoendo o passado, principalmente, coisas desagradáveis que já não têm mais jeito. Procure viver intensamente o momento presente e aproveite para construir uma felicidade duradoura com base sólida.

9. Supere seus obstáculos. Procure cultivar sua autoconfiança e conhecer melhor a si mesmo. Agindo com determinação e sabedoria, você conseguirá criar um clima favorável para realização das suas mais legítimas aspirações.

10. Viva em paz com as pessoas. Fale bem das pessoas da sua família e da sua comunidade. Tente resistir e não rotular ninguém. Reexamine seus conceitos e não haja com discriminação. Assim, será criado um ambiente apropriado para ser feliz e progredir sempre.

Ame a si próprio, sinta-se responsável apenas pelo que depende de você. Construa seu sonho em terra firme, com base sólida. Viva o dia de hoje, sempre um de cada vez. Aprenda sempre consigo e não só com os outros. Enxergue suas qualidades e não só os defeitos. Dependa dos seus pés para andar e dependa das suas idéias para prosseguir.

“Perceba que você é tão poderoso e forte quanto você se permite ser e que a parte mais difícil de qualquer empreendimento é dar o primeiro passo, tomar a primeira decisão.” A vida é feita de decisões, só depende de você escolher as melhores. Com a ajuda certa para se conhecer melhor fica mais fácil. Nunca desista. Há uma força especial dentro de você! Por tudo isso, ame-se, estime-se, olhe-se no espelho, sorria para você mesmo, dê um bom dia a você, abrace a si mesmo, porque para amar os outros é necessário amar a si mesmo primeiro. E não esqueça de mentalizar, todos os dias, bons pensamentos para você, olhar a natureza, sorrir, dar risadas, espalhar beijos e abraços, dizer eu te amo, enfim, espalhar mensagens de alegria e otimismo pela vida à sua volta.

Pense nisso! Que sua luz possa brilhar ainda mais!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A ALMA, A JÓIA DA VIDA

por Inês Bastos

Eu sei que de dentro de todo alguém, o novo sempre surgirá!
Como em um filme, faço as legendas de interpretação livre na minha cabeça: Sinto que posso ser melhor! Como vou conseguir isto? De onde veio essa concepção tão nova?

Eu sei que a jóia sempre esteve presente - e esquecida - pronta para se manifestar em sua totalidade, com glamour e altivez, sem, no entanto, desbancar nossos outros brilhos porque ela é sábia e divina. Mas só a vejo de relance, juro, quase sempre ali camuflada até de nós mesmos.
Uma legenda possível: O que está acontecendo comigo? O que estou sentindo? Parece que algo sempre está prá surgir, não sei de onde! Não consigo mudar, apesar de sofrer e saber... não sei bem como, acho que usando a inteligência mesmo, que pode existir um motivo para isso acontecer e me força a tomar uma atitude diferente, para ter melhor resultado! Mas como é isso?

Tentamos trazê-la (a tal jóia) para fora, no convívio de tantos anos, no vai e vem e tantas experiências, incontáveis palavras, pensamentos, buscas e desejos de mudança, mas acabam em tentativas frustradas ou, no máximo, um passinho adiante que pela eternidade já deve ser um bom adiantamento. Se a Fonte tem tanta paciência conosco, devemos ter também, sem sofrimentos e ansiedades.
Outra legenda: Porque quando acho que estou pronta, que desta vez estou mais preparada, mais auto-confiante que vou fazer melhor, caio na mesma cilada emocional, tenho atitudes infinitamente repetitivas, infantis ou impensadas, depois me isolo, me deprimo, me culpo e até me castigo? Consigo me punir exemplarmente... o que é isso, minha gente?

Tentei senti-la mais de perto, mas como ela (a querida jóia, a alma) não nos pertence mais por inteiro, contém pedaços espalhados pela vida, de nada adiantou. Fugidia, orgulhosa e disfarçada, ela sempre se impôs aos meus encantamentos.
Legenda: Acho que a visão era só minha. Talvez seja uma ilusão? Fixada nas velhas maneiras de viver, nos traumas seculares, sempre me desculpo, justifico, caio no seguro-limitante e conhecido-ruim, no mais interessante, lucrativo, fácil e na mesmice. Às vezes fico cheia de mim. Irritada e passando minha impaciência adiante!

Assim, tentei me amar, me ver como importante de dentro para fora, me sentir possível e me valorizar. Hoje me pergunto se vejo mesmo essa alma, ou queria muito já tê-la visto! Ficou tanta distância que até me assusto com dúvidas. Nossos territórios entre o mental, o emocional, astral e o físico, precisavam de pontes mais estreitas, mais firmes e confiáveis.
Mais legenda: Tenho cá minhas sensações e várias intuições... não nego! Mas, porque dou tanto valor ao que dizem se não valorizo o que realmente tenho possibilidades de ser e ainda me desprezo? Por que me coloco depois de todos? Ou abaixo? Por que não penso em me criar antes de criar filhos, de me educar antes de educar o cachorro, de me melhorar antes de pintar a casa, de evoluir antes de ter um pingente muito fashion da Nova Era com ametista da Atlântida?

Perdi-me e a perdi pelo caminho, minha jóia tão preciosa! Novas paisagens se transpuseram ao nosso cotidiano de muitas eras e uma bruma seca trouxe a frieza da vida, do cotidiano que instalou o distanciamento. Onde está você agora, minha alma, minha verdadeira nobreza nesta dinastia de pureza e luz?

Refletindo sem muitas interpretações, ou legendas, na verdade estamos com o coração na mão, olhando para ele sem saber o que fazer e ao mesmo tempo, esperando que se aquiete, contando com o momento certo, aquele estalo, prá dar jeito nessa batida desritmada. Precisamos viver melhor, mais em paz.

Mas eu continuo certa, absolutamente confiante, de que esse alguém volta à vida plena – nós mesmos - em breve, com ferramentas próprias, as únicas necessárias.

É urgente o ânimo dentro de uma paz profunda e, então, talvez assim nos reencontremos com nossa verdadeira essência, a alma livre, aquela do pára-quedas que começa a viagem aqui e pode cair em outro país, na maior das alegrias pelo inusitado!

E que quando a gente se reencontrar, cada um de nós e nossa essência perdida, que estejamos inteiros.

E diremos: Agora, sim, Rico(a) com a jóia conquistada.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Que vazio é esse em sua vida?

por Patricia Gebrim

Criar é uma forma saudável de suprir a sensação de vazio. Não é preciso ser um Monet ou um Villa Lobos. Um simples bolo caseiro, por exemplo, feito com aquele toque especial, traz à tona aquele potencial criativo que tanto faz bem!

Quantas vezes eu ouço as pessoas falarem sobre esse tal “vazio”. Como se existisse um espaço mal-assombrado dentro de cada ser humano, um lugar dentro do qual todas as pessoas, em algum momento de suas vidas, acabassem caindo, para não mais sair de lá.

- Sinto um vazio dentro de mim! - quantas vezes já ouvi essa frase, com suas inúmeras variações...

Que vazio é esse afinal??? E o que fazer com ele???

Na dúvida, acabamos achando que esse buraco é sinal de algum defeito, e que devemos preenchê-lo o mais rapidamente possível. Perceba quantas “besteiras” acabamos fazendo na tentativa de preencher esse espaço que tanto nos assusta.

Nos envolvemos em relacionamentos com pessoas com as quais não temos nenhuma afinidade, estouramos nosso cartão de crédito, compramos todo tipo de coisas das quais não precisamos, comemos mais do que necessitamos, bebemos mais do que seria saudável, aceitamos ir a lugares aos quais na verdade não gostaríamos de ir, convivemos com pessoas que sugam toda a nossa energia, andamos para lá e para cá como baratas tontas, tudo com a intenção de preencher o vazio.

E mais... traímos a nossa verdade, nos sentimos “defeituosos” (pessoas perfeitas não teriam um buraco lá dentro!), sentimos vergonha de nós mesmos, criamos falsas máscaras para fingir que não somos ocos, fugimos desesperadamente e nos envolvemos em todo tipo de atividade frenética para não nos lembrar que ele continua lá, quieto, imenso... um buraco enorme na nossa auto-estima.

Fazemos tudo isso para evitar o vazio... mas sabe o que é pior?... nada disso funciona!

Agora ouça, é sério:

- Não há nada de errado em você sentir esse vazio aí dentro... não há nada de errado ao sentir-se incompleto, com essa sensação de que “falta algo”.

- É claro que falta algo!

- Sempre irá faltar!

Existe algo maior, mais belo, que cada um de nós veio aqui para realizar. Entenda... por maior não quero dizer aquele tipo de grandeza que é acessivel apenas a alguns. Falo de algo a que todos nós temos acesso, falo daquela grandeza de alma que nos torna verdadeiramente humanos, capazes de criar, capazes de amar... Pois eu acredito que o vazio exista para nos lembrar exatamente disso!

E se eu lhe disser que devemos tudo o que existe de belo no mundo à existência desse vazio?

E se fosse mais ou menos assim...

Um dia um Monet acorda e sente um buraco bem no meio da sua barriga, ou talvez no meio do peito (o vazio às vezes gosta de mudar de lugar dentro de nós)... sente-se mal com o tal buraco... pega seus pincéis e, no branco vazio de uma tela, pinta os mais belos jardins.

Outro dia um Villa Lobos acorda incomodado, sente algo estranho, como se fosse uma fome por dentro, uma coisa que aperta seu peito, esmaga seu coração solitário... e, no vazio do silêncio, compõe a mais bela bachiana... (ah, você já ouviu a Bachiana no 5 do Villa Lobos?)

Um dia um cientista é acordado por um buraco bem no meio da sua cabeça... tantas coisas sem explicação no mundo o angustiam e tiram seu sono... e no silencioso vazio de respostas brota, quase miraculosamente em sua mente, uma solução para uma doença que aflige toda a humanidade.

Outro dia uma dona de casa qualquer, em uma casa qualquer, acorda e olha ao redor... os filhos já se foram, o marido está trabalhando... Na solidão de sua vida decide cozinhar e assa o mais delicioso bolo que uma mulher já foi capaz de fazer. E no vazio daquela casa surge um aroma que a transforma imediatamente em um lar; quente, acolhedor, cheio de amor.

Assim, acreditem, não há como nos livrarmos desse tal vazio (ainda bem), mas podemos “escolher” o que fazer com ele.

Podemos transformá-lo em um mar de lamentações, e navegar por ele por toda uma vida, como se fôssemos um navio fantasma rangendo nossas ferragens por aí.

Mas podemos também...

...criar!

Essa é a palavra-chave para transformar o vazio que existe dentro de nós no espaço mais sagrado que um dia seremos capazes de adentrar.

E é no vazio da terra que uma semente pode brotar, no vazio na mente que o inusitado pode se libertar, no vazio de saber que a real sabedoria encontra espaço, no vazio de crenças que ganhamos a liberdade de escolher no que acreditar!

O vazio nos torna livres... pensem nisso!

Veja, Lao Tse , em 99 a.C., já sabia disso, veja o que diz seu tratado, o Tao Te King:

“Trinta raios convergentes, unidos ao meio, formam a roda, mas é seu vazio central que move o carro.

O vaso é feito de argila, mas é o seu vazio que o torna útil.

Abre-se portas e janelas nas paredes de uma casa, mas é seu vazio que a torna habitável.”

Assim... não tema o vazio, talvez ele seja o maior presente que recebemos. A verdade é que sem o vazio seríamos tristes caricaturas de quem de verdade podemos ser. Seja corajoso. Aceite-o e permita que ele lhe inspire a tornar-se quem você de verdade é.

O que seria de uma vida sem o mistério... sem a noite... sem as estrelas?

É no vazio que mora a nossa musa,

e as mais belas idéias,

e os sonhos,

e a poesia...

Aceite o vazio e... se puder... ame-o.

O que vai acontecer então?...

Não vou lhe dizer!

Descubra por si mesmo...

sábado, 6 de setembro de 2008

Psicoterapia... Eu?!

Muitas idéias lhe passam pela cabeça ao considerar a possibilidade de precisar da ajuda de um psicólogo para solucionar um problema pessoal e íntimo, para o qual não encontra saída: medo de se expor a julgamentos, medo de revelar suas fraquezas, e principalmente medo de ser considerado fora de seu juízo perfeito...

Embora a psicoterapia já tenha perdido muito da imagem estereotipada de tratamento para “loucos”, o fato de se precisar dela ainda provoca, em muitos casos, uma sensação de baixa auto-estima e rejeição. Um distúrbio emocional é tão “doença” quanto um distúrbio físico, como um problema no coração, na pele, nos rins, estomago, etc. Esquecemo-nos que formamos um só organismo, mente/corpo, e que ele só pode funcionar adequada, livre e espontaneamente se cuidarmos dele como um todo.

Segundo Jung, “...a diferença que fazemos entre psique e corpo é artificial. Isso é feito em nome de uma melhor compreensão. Na realidade, não há nada além de um corpo vivo. Este é o fato: a psique é tanto um corpo vivo, quanto o corpo é uma psique viva: é simplesmente a mesma coisa.”

Ao contrário do que possa parecer, procurar ajuda adequada quando nos sentimos deprimidos, tristes, estagnados, com medo e tantos outros sentimentos negativos, é sinal de lucidez e maturidade. Em geral, quanto maiores os problemas, maiores as dificuldades de adaptação à realidade e menor a consciência que se tem dela. O grau de reconhecimento que você tem de suas dificuldades emocionais é uma prova do controle que mantêm sobre suas decisões e sobre sua capacidade de encontrar as respostas às suas próprias questões.

Não é função do psicólogo, ou psicoterapeuta, lhe dizer o que fazer – ele não tem soluções prontas a lhe oferecer. Seu papel é lhe proporcionar um lugar e uma atmosfera onde não haja julgamentos e você seja livre para ser você mesmo, expressar seus sentimentos e elaborar, com auxilio, suas próprias soluções. A psicoterapia é um processo de maneira geral previsível, ordenado e coerente, cuja função é remover os obstáculos que o estejam impedindo de avançar e crescer em direção à maturidade e ao equilíbrio emocional. A relação terapêutica, que se estabelece entre você e seu psicoterapeuta, é em si mesma, uma experiência de crescimento. E uma das habilidades de vida que mais caracteriza uma pessoa em crescimento é a sua capacidade de diferenciar aquilo que está sob seu controle daquilo que não está. Quando procuramos ajuda, é porque pretendemos mudar alguma coisa em nossa vida. Não podemos mudar os sentimentos e ações dos outros. Alterar algumas situações como a morte, uma doença incurável e acidentes está fora de nosso alcance. Ao final de um processo de psicoterapia bem conduzido, podemos decidir mudar o que for possível mudar externamente, aceitar a nossa impotência diante daquilo que não podemos mudar e aprender a conviver com estas situações. Aceitar a realidade que nos cerca é crescimento. A vida é um processo dinâmico, que se alterna entre fatos carregados de sentimentos ora negativos, ora positivos: tristezas, alegrias, frustrações, esperanças. O apoio na sua capacidade de percepção e compreensão destes fatos permite-lhe tomadas de decisão com mais clareza e adequação. Você se sente mais capaz de enfrentar o ir e vir da vida, sem perder o equilíbrio interno e sem comprometer o seu bem estar, utilizando as suas potencialidades e permitindo-se ser você mesmo.

A psicoterapia não é um processo fácil, nem rápido. Mas, a cada vez que você se permite enfrentar suas dores, mais fáceis ficarão as próximas; a cada reacomodação de sua estrutura de valores, maior a circulação de energia e mais possibilidades se abrem para a remoção dos obstáculos. É um processo contínuo, que exigirá de você responsabilidade, perseverança e comprometimento. Mas vale a pena. Pode estar certo.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Psicologia Clinica

Nesta primeira postagem gostaria de apresentar algumas explicações sobre o trabalho do psicólogo clínico, mais especificamente sobre a...

Psicoterapia Individual

Essa é, provavelmente, a mais clássica e conhecida modalidade de terapia psicológica. O leigo em psicologia evoca com facilidade a cena em que psicólogo e cliente encontram-se para o atendimento clínico.

Pessoas que nunca passaram pelo processo psicoterápico costumam se perguntar: Qual a finalidade de uma pessoa procurar um psicólogo? Ela está "ficando doida"? Que tipo de problemas não consegue resolver sozinha?

Na verdade a psicoterapia é um valioso recurso para lidar com as dificuldades da existência em todas as formas que o sofrimento humano pode assumir, como transtornos psicopatológicos, crises pessoais, conflitos conjugais e familiares, crises profissionais, distúrbios psicossomáticos, dificuldades nas transições da vida, etc.

A psicoterapia é também um espaço favorável ao crescimento pessoal, um lugar/tempo/modo privilegiado de criar intimidade consigo mesmo, de estabelecer diálogos construtivos, abrir novos canais de comunicação, de transformar padrões estereotipados de funcionamento, restabelecendo o processo formativo e criativo de cada um.

A Psicoterapia oferece uma oportunidade de compreender e mudar os padrões de vinculo e relação interpessoal. Os problemas vinculares são fonte de incontáveis sofrimentos e mesmo de muitas doenças.

Em alguns casos, a Psicoterapia cumpre também uma função de educação para a vida. Esta é uma fundamental quando as pessoas se vêem inaptas para lidar com situações como crises conjugais, perdas, desemprego ou envelhecimento, por exemplo.

Algumas pessoas encontram na terapia um lugar fundamental de acompanhamento de seu processo de vida, onde são trabalhadas transformações mais profundas ao longo de vários anos. São situações em que o processo terapêutico não tem um prazo definido e segue em comum acordo entre o psicoterapeuta e o cliente.

Apesar de poder parecer, à primeira vista, um tratamento oneroso em termos de tempo e dinheiro, a psicoterapia tem se mostrado, na realidade, um modo econômico de tratamento. Pesquisas indicam, por exemplo, que a psicoterapia diminui os índices de consumo de medicamentos e de internações hospitalares. A psicoterapia tem se mostrado um tratamento economicamente compensador por prevenir e tratar problemas psicológicos que, quando não tratados adequadamente, trazem enormes prejuízos econômicos para as pessoas e mesmo para o país. Geralmente a s pessoas obtêm resultados bem significativos com a ajuda psicológica, compensando os investimentos realizados.

A psicoterapia é um processo que permite transformações profundas da personalidade, com resultados evidentes em diversas situações como:

tratamento de vários transtornos como pânico, fobias, depressão, anorexia, bulimia, frigidez, impotência, etc.

resolução de conflitos pessoais, interpessoais, conjugais, familiares, profissionais etc.

crises existenciais, transições difíceis (luto, crises profissionais, etc) e mudanças de fases de vida (puberdade, adolescência, vida adulta, menopausa, envelhecimento, etc.)

aprendizado do auto-gerenciamento, da capacidade de lidar com os efeitos do estresse, dialogando com os sentimentos, os desafios e problemas que a vida apresenta.

aquisição de auto-conhecimento, reflexão e descoberta de novos modos de conduzir a própria vida .

fortalecimento para aprender a lidar com todos os tipos de doenças.

amadurecimento pessoal.

Não é possível hoje se falar em doenças sem uma consideração pela dimensão psicológica e emocional. Cada vez está mais evidente a natureza psicossomática da existência humana.

Cada ser humano - psicossomático por natureza - vive uma história de interações, encontros e acontecimentos em que as doenças, quer se manifestem mais no corpo ou mais na "mente", resultam dos desequilíbrios existenciais e de soluções inadequadas de vida. A psicoterapia oferece recursos importantes para uma compreensão mais ampla do processo de adoecimento assim como estratégias para uma vida mais íntegra.

O processo terapêutico é como atravessar um túnel. Neste túnel você vai rever muitas cenas da historia da sua vida de um ângulo completamente novo, fazendo conexões inusitadas entre os eventos e percebendo a potência do passado para moldar quem você é hoje.

Na travessia deste túnel você vai aprender a reconhecer os padrões de comportamento, que levam você a se comportar de modo parecido em situações diferentes, inclusive repetindo os mesmos erros. Você vai aprender a reconhecer o "como" do seu comportamento, como você age, como se relaciona, como pensa, como sente e vai aprender caminhos para poder influenciar e transformar estes padrões.

Esta é uma travessia acompanhada, acompanhada por alguém que pode ajudar você a se compreender. Alguém que pode ajudar a transformar o seu jeito de ser, a mudar e a se conhecer profundamente. É uma travessia que pode mudar completamente a sua vida.