quinta-feira, 17 de junho de 2010

Alfa e ômega

::palestra de Bert Hellinger em Nova York::




Na última noite, quando eu cheguei no Instituto Ômega, eu estava um pouco perdido. Enquanto eu esperava minha bagagem, decidi caminhar um pouco. Eu cruzei com um homem. Ele era um estranho para mim, mas eu pensei que ele me parecia de alguma forma familiar. De início, eu estava muito tímido para iniciar uma conversa com ele. Então eu pensei que ele poderia ser Jesus. E assim eu perguntei para ele “o que você está buscando aqui?” Ele disse, “eu estou procurando pelo alfa”.

Então eu peguei a minha bagagem e perdi o homem de vista. Quando eu tentei encontrá-lo novamente, ele tinha desaparecido. Mas por causa de sua resposta, durante a noite inteira, eu pensei a cerca do alfa. O que é o alfa?

O alfa é o começo, a fonte. O que eu tenho buscado no meu trabalho é na verdade o alfa, a fonte a partir da qual tudo emerge, da qual tudo brota. Deste modo, em meu trabalho pessoal e em meu trabalho com os outros, eu sempre olho para ver onde está o começo e onde está a força original.

Toda terapia, como eu a compreendo, tem que ir em direção à fonte. Para cada um de nós, a fonte é, primeiro de tudo, nossos pais. Se nós estamos conectados com eles, estamos conectados com nossa fonte. Uma pessoa que está separada de seus pais, está separada de sua fonte. Quem quer que esses pais sejam, como quer que eles se comportem, eles são a fonte de vida para nós. Assim, a coisa principal, é que nós estejamos conectados a eles de tal forma, que aquilo que vem deles para nós possa fluir livremente e, através de nós, para aqueles que vêm a seguir.

Eu tenho uma imagem da fonte. Eu penso em um rio. Ele começa em sua fonte. Ela brota a partir da terra, e então não tem que buscar um caminho. Ela encontra esse caminho automaticamente, devido ao fato de sempre permanecer abaixo. O progresso do rio é ir cada vez mais para baixo e permanecer baixo. Seu fluxo é sempre para baixo, nunca para cima. Ele sempre segue para baixo. No final ele encontra o oceano, onde é absorvido por algo maior.

Não importa como nossos pais são agora ou eram quando éramos pequenos. Isso não faz nenhuma diferença. A vida e tudo o que vem com ela, veio para nós através deles. Mas eles também pertencem a uma longa linhagem. O que vem para nós a partir dos pais vem de muito longe. Passa através de nós e vai para baixo. Todo o tempo, vai para baixo. Se nós realmente vemos isto, se olhamos para a origem, a fonte da vida em si mesma e observamos seu fluxo através de todas essas gerações, podemos, então, estar abertos àquilo que nos é dado. Então não há mais acusações, nenhuma queixa de nenhum tipo. Nós apenas tomamos a vida, e então nos viramos e deixamos que o fluxo da vida passe através de nós indo para a próxima geração, para nossas crianças, ou se não temos crianças, para a comunidade, para a humanidade como um todo. Então, nós estamos realmente em sintonia.

As constelações familiares realmente nos ajudam a encontrar essa conexão. Este é o trabalho que está em nossas mãos, este é o objetivo. Se eu alcanço isso, eu estou em contato com o alfa e também com o ômega.

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