sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

12. Reverência perante a vida!

::Bert Hellinger::



Relacionamentos de casal têm a ver com a vida. Através do relacionamento de casal a vida é passada adiante. Mas de onde os casais têm a vida? A vida é deles? Ou ela apenas flui através deles? Ela flui através deles e vem de longe. Independentemente de como são o homem e a mulher, a vida flui através deles em sua plenitude. O homem e a mulher passam a vida adiante em sua totalidade, da mesma forma que a receberam em sua totalidade de seus pais, como os pais deles também a receberam de muito longe.

Então a vida independe de como são o pai e a mãe de uma criança. Sob este ângulo, podemos e precisamos olhar de outra forma para nossos pais, e os pais também precisam olhar de forma diferente para os seus filhos. Com reverência. O filho olha para os pais e olha através dos pais para um passado longínquo, de onde a vida vem originalmente. Quando toma a vida, toma a vida não apenas dos pais e sim de longe. Por isso, todos os pais são certos. Sob este ângulo não existem pais melhores e piores. Existem apenas pais.

Quando reconhecemos isso e a isso nos submetemos, podemos tomar de nossos pais a vida em sua totalidade. Porém, quem rejeita internamente um de seus pais, quem os acusa, fecha o coração diante da plenitude da vida. Recebe apenas uma parte ou, mais exatamente, toma apenas uma parte. Contudo, cada um de nós também é determinado de um modo bem específico através dos pais.

Tenho diante de mim a imagem de uma árvore. No outono o vento sopra e espalha as sementes. Uma semente cai na terra fértil, uma outra na terra cheia de pedras e cada semente precisa desenvolver-se onde caiu, não pode escolher o lugar. Da mesma forma nós também não podemos escolher nossos pais. Eles são o lugar de onde brota nossa vida, apenas aí. Independentemente de se a semente caiu em terra fértil ou em um solo cheio de pedras, ela se torna uma árvore de verdade e também dará frutos. A semente se espalha novamente, e a mesma árvore crescerá diferentemente, em lugares diversos.
Para que possamos realmente crescer, precisamos concordar com o lugar ao qual estamos vinculados, seja ele como for. Independentemente de ter “vantagens” ou “desvantagens”, cada lugar nos força a um desenvolvimento especial, tem chances especiais e coloca determinados limites. A vida é, tanto em um lugar como no outro, pura e autêntica.

Aplicarei isso agora ao relacionamento de casal. Um casal tem um filho. Nesse filho o marido e a mulher se unem e se tornam pais. Algumas mães dizem que o filho deve-se desenvolver segundo ela, e alguns pais dizem que o filho deve desenvolver-se segundo ele. O que acontece nesse momento? A vida não é respeitada, pois ela está certa tanto do modo que surge, através do pai, tanto do modo que surge, através da mãe. Uma vez compreendido tal fato, o pai ama a vida no filho também da forma que esta surge através da mãe, e a mãe ama a vida no filho também da forma que esta surge, através do pai, com todas as particularidades que um ou outro possui.

Isso é humildade. Fazemos uma reverência, respeitando a vida que vem do parceiro, diante da vida como um todo. Quando um homem ou uma mulher diz que a vida que vem dele ou dela é melhor do que aquela que vem através do parceiro, apodera-se da vida. Acredita possuí-la como algo pessoal e assim se eleva acima dela. Isso prejudica a sua alma, prejudica o relacionamento de casal e filho. Portanto, aqui nós respeitamos a vida.


Espero que todos tenham desfrutado os ensinamentos desse nosso mestre! Qualquer dúvida ou comentário que quiserem fazer entrem em contato: fermayoral@gmail.com
É sempre um prazer encontrar textos para compartilhar com vocês!! E voltem sempre que desejarem! Abraços, Fernanda.

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